Um dos livros mais icônicos de como se expor ao mundo, principalmente quando o assunto é dinheiro. Escrito por Nassim Nicholas Taleb, considerado o mais conhecedor da aleatoriedade do mundo e como usá-la, “Anti-frágil” é um dos livros da coleção que trata sobre aleatoriedade.
O livro é extremamente denso e a leitura é pesada. Não vou mentir. Porém, ao final você verá o mundo com outros olhos e irá saber como se comportar no mundo que vivemos, afinal, a aleatoriedade está em todos os lugares.
Anti-frágil, na definição de Taleb, não é o oposto de frágil, ou seja, não tem nada a ver com algo que não quebra fácil. Isso é a definição de robusto. Ser anti-frágil é se beneficiar de impactos, é prosperar e crescer quando exposto à volatilidade. É como ser uma Hidra, a cada cabeça cortada, 2 nascem no lugar.
A noção de anti-fragilidade devido a impossibilidade de calcular os riscos de importantes e raros acontecimentos. Está impossibilidade foi batiza por Taleb como Cisne Negro. Assim, tudo que surgir de eventos aleatórios e apresentar mais vantagens do que desvantagens é considerado anti-frágil, baseado no conceito de assimetria.
Dentro os vários exemplos citados por Taleb, acredito que os mais fáceis para entender a antifragilidade são:
- Lidando com erros:
- Frágil: odeia erros e erra de maneira irreversível;
- Antifrágil: aprecia os erros e produz erros pequenos;
- Corpo humano:
- Frágil: espera o corpo atrofiar;
- Antifrágil: faz práticas esportivas de hipertrofia.
Conceitos
O antifrágil vive no extremistão, que para Taleb é o mundo dos extremos, onde a variação do processo ajuda no resultado. O oposto desse mundo é o Mediocristão, onde tudo está na média. Processos que são vistos pela média odeiam os extremos pois são amplamente prejudicados.
O fato de existirem experts em vários campos de atuação nos torna sujeitos à intervenção ingênua, o que leva à iatrogenia: quando os danos superam os benefícios. Por exemplo, um cirurgião que sugere um procedimento padrão em um paciente com um quadro específico pode prejudicar mais do que ajudar. Para intervir de forma eficiente, devemos limitar o tamanho, a concentração e a velocidade das coisas. Limitação da velocidade de rodovias, por exemplo, é uma medida eficaz para conter o número de acidentes.
Opcionalidade é essencial para aplicar a antifragilidade. Ou seja, ter a opção a algo e não ser obrigado a fazer. Por exemplo, alugar uma casa ao invés de comprar. No caso de aluguel, você tem a opção de sair a qualquer momento sem ônus.
Através da opcionalidade podemos trazer a vida o conceito de convexidade: expor-se de maneira com que a medida que a intensidade dos impactos aumenta, os danos diminuem e os benefícios aumentem. Um sorriso é a melhor maneira de lembrar do que é ser convexo. De volta, o exemplo da musculação: quando você inicia na academia as dores são extremamente altas, porém à medida que evolui e aumenta a intensidade dos exercícios, as dores diminuem e seu músculos ficam mais fortes.
Quanto mais incerteza, mais oportunidade para a opcionalidade aparecer e melhor será nosso desempenho. Porém, lembre-se que a ausência de evidência não prova a evidência de ausência.
Assim, para acessar problemas complexos e que podem trazer danos devemos pensar pela via negativa, ou seja, ao invés de pensar em o que devemos fazer (intervir) devemos focar no que não fazer.
A pele em risco
O livro de Taleb mostra vários exemplos (um tanto complicados) de como enxergar que você está entrando em um mundo do Mediocristão e condenado a concavidade. No longo prazo, irá causar sua ruína. O oposto, como citado, é viver a convexidade e gerar diversos ganhos durante a vida. No entanto, é essencial que cada um de nós apliquemos estes conceitos em nossas vidas e não terceirizando isso para a outra pessoa. Acredito que a mensagem de Taleb é que devemos sim gostar da aleatoriedade do mundo e devemos aprender a viver com ela para nos beneficiar, mas sempre expondo somente nós mesmo e não outras pessoas, pois se cada um colocar somente sua pele em risco, a humanidade irá evoluir de forma convexa.